SALSA Statement – Removal of Settlers Illegally Ocuppying the Apyterewa and Trincheira-Bacajá Indigenous Territories (12-7-23)
Declaração da SALSA
SALSA apoia às ações de desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira-Bacajá
7 December 2023
[Español abajo / English below]
Veja a Declaração em formato pdf
A Sociedade para a Antropologia das Terras Baixas da América do Sul (SALSA), uma organização acadêmica e profissional internacional composta por professores, estudantes e pesquisadores, expressa seu apoio a ação de desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa, do povo Parakanã, e Trincheira-Bacajá, do povo Xikrin.
Essa é uma ação interministerial e que reúne diversos órgãos do Estado em curso é de fundamental importância, sendo também um meio de reparação de danos que vêm sendo aprofundados nos últimos anos e de reparação histórica. Há alguns anos, uma ação conjunta liderada pelo IBAMA foi realizada, mas a gestão anterior da presidência brasileira não a levou a cabo, chegando a desmontar o escritório do IBAMA na região. No atual momento político no Brasil, em que se criou o Ministério dos Povos Indígenas e a Presidência da FUNAI é ela mesma indígena, e em que a atenção aos direitos ambientais ganha força, principalmente com a atuação da Ministra Marina Silva, esta ação se torna possível e tem sido realizada com um apoio e cuidado institucional importantes.
As Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira-Bacajá são das mais invadidas no Pará atualmente, e até o momento os próprios povos indígenas estavam se esforçando para proteger seus territórios, sofrendo inclusive diversas ameaças de morte. As invasões causaram já um enorme desmatamento nesses territórios, com grande perda de biodiversidade, e levou à ocupação de grande densidade de invasores não-indígenas. Ressalte-se que ambas as TIs estão na área de impacto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a qual, como previsto em diversos estudos e documentado em ações do Ministério Público Federal (MPF) de Altamira, levou a uma maior pressão sobre terras indígenas, de conservação e de extrativistas na região, sendo essas duas TIs as mais impactadas.
A SALSA não só apoia essa ação, esperando que ela tenha sucesso e que seja feito respeitando os direitos humanos de todos os moradores locais, como aponta para a necessidade de garantia da proteção das fronteiras das TI’s, atualmente pouco efetivas, e de proteção e segurança a longo prazo de todas as pessoas envolvidas, e respeito aos direitos humanos, em especial dos povos indígenas Xikrin e Parakanã no que concerne seus territórios, regular e recorrentemente ameaçados.
[expand title=”SALSA apoya las acciones de expulsión de colonos ilegalmente asentados de las Tierras Indígenas Apyterewa y Trincheira-Bacajá” tag=”h2″]
Ver la Declaración en formato pdf
La Sociedad de Antropología de las Tierras Bajas de América del Sur (SALSA), organización académica y profesional internacional integrada por profesores, estudiantes e investigadores, expresa su apoyo a la acción de expulsión de colonos ilegalmente asentados de las Tierras Indígenas Apyterewa, del pueblo Parakanã, y Trincheira -Bacajá, del pueblo Xikrin.
Se trata de una acción interministerial en curso que reúne a diversos órganos del Estado y es de fundamental importancia, y es también un medio de reparación de daños que se han profundizado en los últimos años y de reparación histórica. Hace algunos años se llevó a cabo una acción conjunta liderada por el IBAMA, pero la anterior administración de la presidencia brasileña no la llevó a cabo, llegando incluso a desmantelar la oficina del IBAMA en la región. En el momento político actual de Brasil, en el que se creó el Ministerio de los Pueblos Indígenas y la Presidenta de la FUNAI es ella misma indígena, y en el que la atención a los derechos ambientales cobra fuerza, principalmente con el trabajo de la Ministra Marina Silva, esta acción se vuelve posible y se ha llevado a cabo con importante apoyo y cuidado institucional.
Las Tierras Indígenas Apyterewa y Trincheira-Bacajá se encuentran entre las más invadidas en Pará en la actualidad, y hasta ahora los propios pueblos indígenas hacían esfuerzos por proteger sus territorios, sufriendo incluso varias amenazas de muerte. Las invasiones ya han provocado una enorme deforestación en estos territorios, con gran pérdida de biodiversidad, y han provocado la ocupación de una gran densidad de invasores no-indígenas. Cabe señalar que ambas TI se encuentran en el área de impacto de la Central Hidroeléctrica Belo Monte, que, como se predijo en varios estudios y se documentó en acciones del Ministerio Público Federal (MPF) de Altamira, generó mayor presión sobre tierras indígenas, conservación y actividades extractivas en la región, siendo estas dos TI las más impactadas.
SALSA no sólo apoya esta actuación esperando que tenga éxito y que se haga respetando los derechos humanos de todos los moradores locales, sino que también señala la necesidad de garantizar la protección de los límites de las TI, actualmente ineficaces, y la protección y seguridad a largo plazo de todas las personas involucradas y el respeto a los derechos humanos, especialmente de los pueblos indígenas Xikrin y Parakanã con respecto a sus territorios, regular y recurrentemente amenazados.
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[expand title=”SALSA supports the Removal of Settlers Illegally Ocuppying the Apyterewa and Trincheira-Bacajá Indigenous Territories” tag=”h2″]
The Society for the Anthropology of the Lowlands of South America (SALSA), an international academic and professional organization made up of professors, students and researchers, expresses its support for the removal of settlers illegally occupying the Apyterewa Indigenous Territory (homeland of the Parakanã people) and the Trincheira-Bacajá Indigenous Territory (homeland of the Xikrin people).
This is an ongoing inter-ministerial action that brings together various government agencies and is of fundamental importance, and serves to repair damages that have been deepened in recent years and of historical reparation. A few years ago, a joint action led by IBAMA was carried out, but the previous administration of the Brazilian presidency did not carry it out, going so far as to shutter the IBAMA office in the region. In the current political moment in Brazil, in which the Ministry of Indigenous Peoples was created and the President of FUNAI is herself Indigenous, and in which attention to environmental rights gains strength under the leadership of Environment Minister Marina Silva, the effort to remove settlers illegally Indigenous lands begun with important institutional support and care.
The Apyterewa and Trincheira-Bacajá Indigenous Lands are among the most invaded in Pará today, and until now the Indigenous peoples themselves have gone to great effort to protect their territories, even suffering several death threats. Land invasions have resulted in enormous deforestation in these territories, with great loss of biodiversity, and cleared areas are now occupied by a large number of non-Indigenous squatters. It should be noted that both Indigenous Territories are near the Belo Monte Hydroelectric Plant, the construction of which led to greater pressure on indigenous lands, conservation and extractive activities in the region, as predicted in several studies and documented in actions by the Federal Public Ministry (MPF) of Altamira.
SALSA not only supports this action, hoping that it will be successful and that it will be done respecting the human rights of all local residents, but also points to the need to guarantee the protection of all Indigenous Territories. We call for greater security of the borders of Indigenous lands, which is currently insufficient, and for the long-term protection and security of all people involved, as well as respect for human rights, especially of the Xikrin and Parakanã Indigenous peoples and their territories, which have been so regularly and recurrently threatened.
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