Coronavírus: o velório de bebê indígena morto com covid-19 que pode ter espalhado o vírus em aldeias de MT (6-4-20)
Coronavírus: o velório de bebê indígena morto com covid-19 que pode ter espalhado o vírus em aldeias de MT
Vinicius Lemos, BBC News Brasil em São Paulo
6-4-20
Uma cerimônia fúnebre em decorrência da morte de um bebê de oito meses, vítima da covid-19, é apontada como um dos motivos para a propagação do novo coronavírus na Terra Indígena Marãiwatsédé, do povo xavante, no município de Bom Jesus do Araguaia, em Mato Grosso.
O garoto havia sido internado em 10 de maio com problemas respiratórios graves e suspeita de infecção pelo novo coronavírus. Ele foi intubado, o quadro de saúde piorou e a criança não resistiu. Ele morreu em um hospital público do município mato-grossense de Água Boa, no dia seguinte à internação.
Posteriormente, segundo a Operação Amazônia Nativa (Opan), o corpo do garoto foi levado em um caixão para a aldeia em que ele vivia, na qual há mais de 600 moradores. No local, os indígenas seguiram os procedimentos fúnebres habituais em enterros.
O velório da criança foi feito na casa da família, com o caixão aberto — a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) orienta que os caixões de casos suspeitos ou confirmados de covid-19 sejam lacrados, para evitar a propagação do novo coronavírus. O fato pode ter colaborado para o surgimento de novos casos do vírus na aldeia.
Os indígenas, assim como a equipe de saúde que acompanha os moradores da aldeia, alegam que não foram informados sobre a suspeita de covid-19.
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